Chove, chove um poema
gota a gota, letra a letra
bate no telhado, cai pela goteira
recolho as letras num balde
enxugo o chão molhado
me da uma canseira
e reparo que estou sempre cansado
recosto na cadeira, ligo o som
rabisco numa folha em branco
e a chuva martelando la fora
e as letras formam versos
e tento escrevê-los inversos
passa uma formiga refugiada
pego-a com minha mão toda molhada
de letras de chuva
e enxugo o "c" com uma toalha
e a chuva vira uva
porque o "h" eh mudo, coitado
e volta pro telhado
junto com o "c" enxugado, chhhhh
e fico com fome, como a uva
abro meu guarda-chuva
cuspo os carocinhos dentro
e para de chover, em mim
Relampeia na janela
e eu penso nela
fico surdo com o trovão
que é uma trova gigante
de algum gigante poeta
e olho a chuva da janela
vejo luzes vaga-lumes vaga-luzes
ouço o barulho do vento irritado
assobio uma canção num dueto
olho pro teto, fico sentado
e as letras tornam a pingar
mudo o balde de lugar
e escorrego numa gota molhada
fico no chão deitado
ouvindo o "h" mudo rir de mim
(junto com o "a" da uva de comi)
hahahahahahahahhahahahah
pego um "c" da cadeira
e faço um châ quente
sento no sofá, rio do "h" (que bebi)
e o barulho lá fora diminui
a fumaça do chá embaça meus óculos
como a chuva embassa a janela
fico com sono
durmo
Acordo com o sol da manhã
em volta de letras pingadas
um passarinho pousa na janela
Bom dia!
pois é...que chuva ontem...
eu que o diga...
choveu poesia
quinta-feira, outubro 12, 2006
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13 comentários:
dias chuvosos deixam o Luiz tão poético...
gostei muito; muito bonitinho.
de onde ele tira tudo isso?
"embassa"?
sabe Maurício, algumas pessoas nascem com uma facilidade imensa para escrever poemas.
o Luiz deve ser uma delas.
não precisava ser tão agressiva. era uma pergunta retórica
perdoe-me se fui agressiva, não era a minha intenção.
e sim Luiz, você comete muitos erros de português.
cá entre nós, nunca diga isso para alguém que não odeie. você insinuou que sou burro e que não tenho talento(posso até ser, mas não é legal falar na cara).
eu não consigo ficar bravo por muito tempo, tudo bem.
bom, quando ela pôs um "SABE, MAURÍCIO" ela insinuou burrice.
e "O LUIZ DEVE SER UMA DELAS", deixa implicito que eu não tenho talento (não mesmo, mas não é legal quando esfregam na minha cara)
aliás, nunca vi uma prosa sua...
homens, homens.
serei mais clara desta vez, ok?
Luiz: sim, você escreve muito bem POEMAS. não posso falar das prosas pois nunca li nenhuma. e sim, você é meio (só meio, tá?) burrinho. Tirando isso, você sabe que eu só falo essas coisas pra te provocar.
Maurício: ouça o Luiz. Não, eu não te acho burro e não, eu não acho que você não tem talento. o que acontece aqui é que o senhor nunca publicou nenhum poema, então não posso me referir à sua facilidade para escrevê-los, pois, torno a repetir a mesma coisa que falei para o Luiz, eu nunca li nenhum poema seu.
não serei mais clara que isso.
espero que tenha sido o suficiente.
não escrevo poemas, o que é uma pena. e quando digo "sem talento" é para qualquer coisa. e tenho essa impressão já faz muito tempo...
tem talento pra prosa.
não sei dizer
Luiz burrinhooooo!
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