quinta-feira, maio 03, 2007

A Rua

Em seu movimento próprio
inspira, expira devagar.
Palpita sob nossos pés
sob o pneu dos carros
e o tropeçar dos bêbados
Se move num fluir sólido. Secular
Só-
lido
Silencia, muda, embaixo do barulhar
tropêgo dos carros.
Se revolta, mimada, no esburacar
Chora, inabalável, no ir e não voltar.

A rua de pedra
brita que palpita, grita
piche suor seco
Alameda avenida viela
de toda a gente
Só-
lida
Incógnita concreta
fluido onipresente
rua
por nós intransponível, quieta
por nós incompreensível, serena
Tua
Rua
Nua.

Luiz Felipe, 02/05/2007.

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